Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite mudou de opinião sobre o uso de câmeras nos uniformes de policiais. O movimento mostra alinhamento com o governador Tarcísio de Freitas, que era contra o uso da tecnologia, mas recuou.
Em reunião com integrantes da pasta que comanda, Derrite afirmou: “Mudei o meu entendimento. A câmera é uma ferramenta que ajuda a punir quem tem desvio de conduta e, ao mesmo tempo, protege o bom policial. É uma aliada da corporação e da sociedade. E auxilia nas investigações sobre qualquer tipo de crime”.
O secretário argumentou que já havia alterado seu posicionamento antes mesmo de um PM arremessar um homem de uma ponte, no domingo retrasado (1/12). Em setembro, Derrite assinou um contrato de R$ 51,9 milhões com a Motorola para a aquisição de 12 mil novas câmeras corporais para Polícia Militar. Em junho, a corporação lançou a portaria complementar (PM1-4/02/24) estabelecendo diretrizes para o uso dos dispositivos.
Na avaliação de Tarcísio, seria um exagero demitir Derrite por conta do abuso cometido pelo soldado Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos. O governador tem enfatizado os números recordes atingidos pela Secretaria de Segurança em três quesitos: apreensão de drogas, queda do índice de homicídios e redução do número de roubos.
Tarcísio, contudo, acredita haver necessidade de aprimoramento nos cursos de formação de PMs, bem como punições severas nos casos de desvios.
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Sob Derrite, Secretaria de Segurança comprou 12 mil câmeras corporais para a PM
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Tarcísio e Derrite
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Polícia Militar de São Paulo comprou 12 mil câmeras corporais
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Tarcísio e Derrite são favoráveis ao fim das saidinhas
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Primeiro do Brasil, uso de câmeras corporais pela PM será encerrado em SC
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Cãmeras corporais do metrô
Asley Ribeiro/Metrô-DF
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Governador Tarcísio de Freitas e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite
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300 guardas-civis operam central
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Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário da SSP Guilherme Derrite (PL-SP)
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário da SSP Guilherme Derrite (PL-SP)
As novas câmeras As novas câmeras adquiridas pela Secretaria de Segurança possuem funcionalidades como reconhecimento facial, leitura de placas de veículos e possibilidade de transmissões ao vivo. Um cadastro integrado permite, ainda, a identificação de foragidos da Justiça.
As câmeras também oferecem a possibilidade de a gravação ter o acionamento automático por software, à distância pelo Centro de Operações da PM (Copom), e manual pelo próprio policial. E contam com um sistema de capaz de armazenar imagens dos 90 segundos antes da ativação. Ou seja, as câmeras permanecem operando continuamente e, ao serem acionadas, incluirão gravações retroativas, possibilitando o registro desde o início da ocorrência.
Com ferramenta de áudio bidirecional, as câmeras permitirão, ainda, que policiais solicitem apoio durante as ações. Devido à transmissão ao vivo, o Copom também poderá solicitar outras equipes de apoio antes mesmo que os militares façam a demanda.
A tecnologia também possibilitará compartilhar os registros de áudio e vídeo automaticamente com o Poder Judiciário, o Ministério Público e demais órgãos de controle, seguindo as regras estabelecidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).