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    Home»Geral»Brasília: história da capital de 65 anos apagou matriarcas negras
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    Brasília: história da capital de 65 anos apagou matriarcas negras

    abril 21, 2025Updated:abril 21, 202508 Mins Read
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    Logo Agência Brasil

    As páginas dos livros da história da construção de Brasília, essa jovem senhora de 65 anos, estão repletas de discursos oficiais e de percursos e ideais de engenheiros, arquitetos e gestores. Em geral, homens e brancos. Quase como figurantes, os operários homens surgem anônimos, mas de alguma forma contemplados no fundo da cena, com o codinome de “candangos”.

    No entanto, a participação das mulheres, e em particular as negras, foi praticamente omitida e apagada. Mas, a capital ainda é nova e a história está em permanente recolocação dos tijolos, em reedificação de pensamentos, conforme alegam familiares das pessoas hoje reconhecidas como matriarcas. 

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    As mulheres negras também construíram, educaram, defenderam ideais, atacaram o racismo e transformaram o novo lugar em uma cidade. Conforme defendem pesquisadoras, é tempo ainda de reescrever essa história, rejuntar trajetórias e mobilizar os olhares do passado, do agora e do amanhã. Um dia, argumentam estudiosas brasilienses, os livros poderão fazer justiça para honrar os nomes, as lutas e as palavras delas.

    Em versos 

    As palavras da matriarca negra Jovina Teodoro foram transmitidas em prosa e versos, desde 1959, quando se mudou com a família, aos 20 anos de idade, de Formosa (GO) para Brasília, antes da nova capital ser inaugurada. Ela era a terceira dos 13 filhos do marceneiro Antônio e da dona de casa, Ana Julieta. 

    Jovina era recém-formada em enfermagem e começou a trabalhar no Hospital Juscelino Kubitschek, antes das festas da inauguração, segundo conta a filha mais velha, a antropóloga Ana Julieta Teodoro (foto), xará da avó, de 48 anos. Jovina morreu em março deste ano, aos 85 anos de idade. A matriarca trabalhava para atender, em geral, os operários fraturados nas obras e também para realizar partos. 

    Ela contextualiza que Jovina era uma pessoa de vanguarda pela saúde pública.

    “Minha mãe trabalhou com saúde da mulher e na conscientização pelo parto humanizado”.  A pioneira foi uma das participantes do Brasília Mulher, um grupo de feministas nas décadas de 1970 e 1980 que promoviam reflexões e tentativa de atuação política mesmo em um contexto da ditadura militar. 

    A matriarca tinha postura de independência e liberdade, diferente de padrões da época.  Engravidou “apenas” aos 38 anos de idade, e depois, nos anos 1980, separou-se do marido em uma época que “desquitar” era caso raro.

    “Trata-se de uma sociedade que sempre julgou muito. Em especial, mulheres negras, empoderadas, e com coragem de ser quem elas querem ser”, diz Ana Julieta.

    A filha de Jovina, inclusive, exemplifica que parte da postura também representou legados simbólicos, como o fato de não alisar cabelo mesmo contrariando imposições e comentários racistas. A enfermeira tinha sensibilidade artística e social, e publicou três livros de poesia. 

    Temas relacionados a questões de gênero e meio ambiente inspiraram a mulher, como nos versos de Lição de Brasília: Só me resta mesmo/ uma única esperança:/ que no concreto da lição (…) haja uma brecha – ínfima que seja -/ por onde possa adentrar um fio/um fio d´água/vindo da nascente”.

    A filha pretende, agora, fazer uma edição póstuma com 40 textos inéditos da enfermeira que enxergava o mundo e a luta do dia a dia em versos. 

    Cheia de sabedoria

     

    Para a professora aposentada da Universidade de Brasília (UnB) Maria de Lourdes Teodoro, o número de estudantes negros na pós-graduação ainda é insignificante (Valter Campanato/Agência Brasil)
    Maria de Lourdes Teodoro conta a história da família em poesia. Valter Campanato/Agência Brasil

    Irmã de Jovina, a professora e psicanalista Maria de Lourdes Teodoro, de 79 anos, chegou a Brasília com 14 anos de idade e identifica que os pais foram fundamentais para a sua formação. 

    Ela registrou, também em versos, a coragem dos pais na chegada a Brasília, ambos negros, na poesia Transcerrado: …os olhos ora brilhavam, ora deixavam em dúvidas, pois ela não reagia../cheia de sabedoria/ela pesava sonhos/media o entusiasmo/se ele era o timoneiro/ela era a bússola”, escreveu Lourdes.

    A “mãe-bússola” se preocupava com que os 13 filhos tivessem o caminho da educação formal, ficou receosa com a mudança. Antes de chegar à “ilha utópica” da nova capital, a filha recorda que a matriarca, que se detinha à costura em casa, se certificou que haveria escola para todos. 

    “Ela foi muito sábia”. A mãe e o pai tinham estudado somente até a 5ª série, e sabiam bem que a escola deveria ser o caminho. A prioridade não era fazer as filhas aprenderem a cozinhar ou lavar roupa.

    “A minha mãe dizia que a gente precisava estudar e ter independência econômica.

    Estrutura de desigualdade

    Neta de Ana Julieta, a advogada Ilka Teodoro, que é pesquisadora na área de direitos humanos, considera que Brasília foi estruturada a partir de um proposta de uma utopia moderna, mas que trazia consigo o histórico e a perspectiva de um modelo que favorecia a desigualdade.

    “Temos essa grande contradição nesse modelo de cidade e as mulheres fazem parte dessa história”, afirma a pesquisadora.

    Ela entende que existe um apagamento das histórias das pessoas que efetivamente colocaram a mão na massa para que a cidade pudesse existir, em função de uma lógica racista.

    “Brasília está completando 65 anos, e só agora a gente tem um esforço dos descendentes para que essas histórias sejam reconhecidas, registradas e lembradas como memória efetiva da construção”.

    Soluções

    Ilka Teodoro aponta que a lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira, deveria dar conta de evitar o apagamento da história da construção de Brasília.

    Brasília (DF), 16/04/2025 - Ilka Teodoro fala com a Agência Brasil em matéria sobre matriarcas negras no DF. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
    Neta de Ana Julieta, a advogada Ilka Teodoro ressalta o racismo na história oficial de Brasília. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

    Além disso, ela exemplifica que um projeto em andamento, de historiadoras negras, que culminou na exposição Reintegração de posse, conta a história de famílias negras que vieram para a construção de Brasília e que permaneceram à margem da sociedade. A iniciativa foi idealizada e coordenada pela historiadora e jornalista Ana Flávia Magalhães Pinto, professora do Departamento de História Universidade de Brasília (UnB).

    Poderes

    Pesquisadora da área de artes cênicas, a professora Jamima Tavares avalia que a história oficial transmitida de brancos como os construtores da nova capital não é repassada à sociedade de forma ingênua.

    “Essa história foi passada com uma intenção de marcar poder, de dizer quem manda. É uma fantasia a ideia de que as mulheres não fizeram parte desse processo”, pondera. 

    Para a pesquisadora, há uma reação da sociedade para que exista uma reescrita mais fiel da construção, que teve a participação das mulheres negras e também pobres.

    “Esse movimento vem acontecendo a partir dos grupos oprimidos que estão se organizando para mudar essa situação”. 

    Ela explica que existem projetos como a realização do filme Poeira e baton no Planalto Central, de 2011, dirigido por Tânia Fontenele, que ouviu 50 mulheres que participaram da construção de Brasília.

    Confira o filme:  Parte 1; Parte 2 

    Para a sala de aula

    A dissertação de mestrado de Jamima Tavares identificou o que as mulheres faziam durante a construção.

    “Elas, por exemplo, lutaram para ter água na Ceilândia (região periférica com a maior população do DF)”. 

    Atualmente, a professora atua em um projeto financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para levar as histórias das mulheres pioneiras para as aulas de escolas públicas. O projeto tem o nome de “Candangas palavras: mulheres e memórias capitais para escolas públicas do Distrito Federal”.

    O projeto foi aprovado neste ano e será iniciado em 2026. Uma das motivações para esmiuçar o tema veio da própria família, da região administrativa do Gama, a 30 km do centro. A avó, negra, chamada Ana Irineu, vivia em um regime análogo à escravidão. 

    Reação contra o racismo

    Especialista em temas étnicos-raciais, a professora carioca Neide Rafael, que é negra e radicada em Brasília desde os 12 anos de idade, explica que é filha de uma mãe lavadeira e neta de uma lavradora. O pai e a mãe foram pioneiros e chegaram em Brasília para a construção da cidade.

    “Fomos os primeiros moradores do antigo Gavião, que é hoje chamado o Cruzeiro Velho”, diz Neide. 

    A poeira que subia da construção da nova capital não tirou o brilho do olhar da família. A preocupação da mãe, Nadir da Silva (falecida em 2003), que só tinha estudado até o primário, era principalmente garantir escola para Neide e os dois irmãos. 

    “A minha mãe lavava o jaleco dos professores. Eu e as outras crianças negras sentavamos na primeira fila”.  A mãe ensinava os filhos a se expressar se os ataques racistas surgissem”.

    Ensinamento válido para a aluna que viria a se tornar professora olhada de soslaio por outros docentes de escola privada quando vinha de ensinar em unidade de ensino da periferia.  

    Atualmente, Neide Rafael prepara pesquisa sobre a ineficiência do sistema educacional para com a comunidade estudantil negra. Ela relata que são necessárias políticas eficientes até hoje para diminuir a evasão escolar e todos os riscos para essa população. A luta das matriarcas que construíram Brasília está em andamento 65 anos depois.

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