Dois anos e meio após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI, a disputa pela liderança na corrida da Inteligência Artificial (IA) tem se tornado cada vez mais acirrada.
Além da empresa emergente, as gigantes Microsoft, Google, Amazon e Meta também apostam alto em sistemas que prometem imitar ou superar as competências intelectuais humanas, com investimentos bilionários que crescem desenfreadamente.
O que você vai ler aqui:
- Grandes empresas estão disputando fortemente a liderança no rápido progresso da Inteligência Artificial;
- Data centers de altíssimo custo são construídos para processar dados e treinar sistemas avançados;
- Salários exorbitantes são oferecidos a especialistas no setor, aumentando a competição global por talentos;
- Bilhões de dólares são aplicados por investidores em startups com foco em soluções específicas;
- Gigantes do mercado tecnológico investem recursos surreais em infraestrutura para expansão da IA;
- Executivos confiam que os investimentos trarão retornos significativos a longo prazo.
Essas companhias estão construindo data centers que podem custar mais de US$100 bilhões (o equivalente a quase R$550 bilhões) e consumir mais energia que um milhão de residências. Tais estruturas são essenciais para processar os dados que treinam os sistemas de IA mais avançados, com uma demanda por capacidade e velocidade em níveis sem precedentes.
Ninguém quer ficar para trás
No mercado de trabalho, os salários para especialistas em IA dispararam. De acordo com o jornal The New York Times (NYT), a Meta, por exemplo, chega a oferecer bônus que ultrapassam US$100 milhões (cerca de R$549 milhões) para atrair pesquisadores de ponta.
Investidores acompanham atentamente esse movimento. Nos EUA, o aporte em startups de IA atingiu US$65 bilhões (mais de R$356 bilhões) no primeiro trimestre de 2025. Isso representa um crescimento de 33% em relação ao trimestre anterior e um salto de mais de 550% em comparação ao período anterior ao ChatGPT, segundo levantamento da PitchBook, plataforma de monitoramento do mercado de capitais globais.
“Todos têm muito medo de ficar para trás”, afirma Chris V. Nicholson, investidor da Page One Ventures, empresa de capital de risco norte-americana. Para muitos, errar por excesso de investimento é mais seguro do que hesitar e perder terreno para a concorrência.
Grande parte dos recursos é destinada à infraestrutura. Para este ano, Meta, Microsoft, Amazon e Google anunciaram investimentos conjuntos de US$320 bilhões – o que, em real, atinge a casa dos trilhões. Boa parte desse valor será usada na construção de novos data centers, mais do que dobrando os gastos de dois anos atrás.
A OpenAI e seus parceiros estão construindo um complexo de data centers no Texas avaliado em US$60 bilhões (quase R$330 bilhões), além de outro no Oriente Médio. A Meta planeja uma instalação com o dobro do tamanho na Louisiana, enquanto a Amazon desenvolve um campus tecnológico em Indiana, com 30 data centers que poderão ser todos usados pela startup parceira Anthropic.
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Incertezas no futuro da Inteligência Artificial não abalam confiança das empresas
Mesmo que o avanço da IA desacelere, diminuindo o interesse de alianças comerciais, a Amazon garante que esses centros continuarão sendo úteis. Além de treinar novos modelos, poderão oferecer serviços de IA a clientes corporativos. O investimento é pensado para o longo prazo, focado em escalonamento.
A Meta aplicou US$14,3 bilhões (em torno de R$78 bilhões) em aportes na Scale AI, startup especializada em organização de grandes volumes de dados para treinamento de IA. Em troca, contratou o jovem CEO Alexandr Wang, um nome em ascensão no setor.
🚨 Amazon is building one of the largest AI supercomputers on Earth, in the middle of an Indiana cornfield.
➜ 1,200 acres
➜ 30 data centers
➜ 2.2 GW of power
➜ Trained for Anthropic
➜ Built without raising $1 from VCsThis is Project Rainier, Amazon’s full-stack bet on the… pic.twitter.com/VKmunvTabj
— AllAboutAI (@AllAboutAicom) June 25, 2025
Outras bigtechs repetem a estratégia. Google, Microsoft e Amazon também investem bilhões em startups, muitas vezes para garantir o acesso às equipes técnicas. Muitas aquisições são feitas mais pelo talento do que pelos produtos ou receitas dessas organizações iniciantes.
Mark Zuckerberg, fundador e presidente da Meta, lidera um projeto para criar uma superinteligência – tecnologia hipotética mais avançada que o cérebro humano. Com esse objetivo, segundo o NYT, uma fonte não identificada revelou que o empresário já fez mais de 45 ofertas para atrair funcionários da OpenAI.
Apple age com discrição
Enquanto isso, embora mantenha uma postura mais cautelosa, a Apple estaria negociando a compra da startup Perplexity, avaliada em US$14 bilhões (cerca de R$77 bilhões). A empresa desenvolve sistemas de busca com IA e pode ser a aposta da gigante da maçã para entrar com força na área.
A reportagem do NYT diz que investidores preferem apostar em soluções específicas. Em vez de modelos que tentam fazer “de tudo”, o foco está em aplicações para nichos determinados, como as startups Ribbon, para entrevistas de emprego, e Eleos Health, por exemplo.
Mesmo com custos elevados e o risco de estar superestimando o poder da IA, os executivos seguem confiantes. Muitos acreditam que, mesmo que essa inovação tecnológica não alcance todo o potencial esperado, os investimentos feitos agora trarão benefícios futuros. “Colombo achava que ia ao Oriente e chegou ao Caribe”, compara Nicholson. “Ele não chegou aonde imaginava, mas ainda assim alcançou um destino de grande valor”.
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