Há quem goste, quem não liga, aqueles que convivem e outros que não as suportam. As rugas sempre acabam aparecendo, independentemente do tipo de pessoa que você é. Sim, você pode até driblá-las com tratamentos estéticos, mas um dia elas se impõem. Até por que as rugas fazem parte do nosso processo natural de envelhecimento.
Além dos tratamentos estéticos, do botox, lifting, peeling, radiofrequência, preenchimento facial, você com certeza já viu gente falando que pode adiar o surgimento dessas linhas de expressão se tomar alguns cuidados básicos. E isso inclui passar protetor solar diariamente, evitar longas exposições ao sol e não forçar as expressões faciais.
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Tudo isso sempre foi muito empírico, ou seja, um aprendizado a partir da experiência de várias pessoas. Um novo estudo científico, porém, acaba de confirmar quase todas essas impressões.
Pesquisadores da Universidade de Binghamton, nos Estados Unidos, fizeram uma bateria de testes para entender a mecânica por trás do aparecimento das rugas.
“Isso não é mais apenas uma teoria”, disse Guy German, professor de Engenharia Biomédica e um dos autores do estudo. “Agora temos evidências experimentais concretas mostrando o mecanismo físico por trás do envelhecimento”.
A chave está no colágeno
- Entenda o colágeno como um conjunto de fibras proteicas espessas e fortes que formam uma estrutura de suporte sob a superfície da pele.
- É ele que fornece à nossa pele sua resistência mecânica e elasticidade.
- Essas fibras não são dispostas aleatoriamente – pelo contrário, ficam organizadas em feixes que tendem a correr em uma direção dominante, dependendo da parte do corpo.
- Se a pele for puxada na direção das fibras, ela se torna forte e elástica.
- Puxada contra as fibras, ela resiste mais e enruga de forma diferente.
- No estudo, os cientistas coletaram amostras de pele de sete doadores com idades entre 16 e 91 anos.
- Os especialistas esticaram as amostras com uma força controlada por 40 minutos para imitar a tensão natural da pele.
- E, para evitar danos relacionados à radiação UV, elas foram coletadas e manipuladas em áreas sem exposição ao sol.
- Os pesquisadores mediram como a pele se esticou (tensão axial), comprimiu lateralmente (tensão transversal) e calcularam o coeficiente de Poisson, uma medida de quanto a pele afina quando esticada.
- Eles usaram ainda um molde de silicone para capturar o formato e a profundidade das rugas, e registraram o peso, o volume e a perda de fluidos da pele.
As conclusões do estudo
Os pesquisadores descobriram que a tensão transversal e a perda de fluido são os principais causadores de rugas. E que essas linhas são mesmo mais suscetíveis em peles mais “velhas”.
É claro que elas vão aparecer de qualquer jeito – e isso tem a ver com a diminuição de substâncias como colágeno, elastina e ácido hialurônico. Mas esses fatores ajudam a criar aquelas rugas mais marcadas.
Os autores afirmam ainda que a exposição ao sol também desempenha um papel determinante nessa história. O estudo da vez, no entanto, não levou isso em consideração, pois queria saber apenas da questão mecânica. Agora, fato é que a ação dos raios UV têm um peso tão grande quanto a perda de elasticidade da pele.
A compreensão de como essas linhas se formam pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos. O estudo também nos lembra que estamos diante de um processo natural do ser humano, que pode ser atenuado com algumas medidas. Agora, não sei vocês, mas eu não abro mão nem de tomar um sol nem de sair sorrindo por aí.
Você pode ler a pesquisa na íntegra no Journal of the Mechanical Behavior of Biomedical Materials.
As informações são do New Atlas.
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