Nesta quarta-feira (17), a Meta realizou seu evento anual Connect. Na edição 2025, foram apresentados os novos óculos de realidade virtual (VR, na sigla em inglês) e ferramentas de inteligência artificial (IA).
A seguir, confira tudo o que Mark Zuckerberg, cofundador e CEO da big tech, anunciou no evento.
Meta Connect 2025: Dois novos óculos virtuais de uma vez
Oakley Meta Vanguard
Um dos óculos apresentados por Zuckerberg foi o Oakley Neta Vanguard, voltado para corredores, ciclistas e outros atletas.
Ele possui uma lente central, ao invés de duas (uma em cada ponta dos óculos). O dispositivo capta vídeos em 3K e carrega uma câmera de 12 MP com lentes de anglo ampliado e 122º.
O Vanguard também possui um botão programável, configurável pelo app da Meta. Todos os botões do aparelho estão localizados na parte inferior, de modo a permitir que seu usuário use um capacete de forma confortável mesmo usando os óculos.
Ele tem mais de nove horas de bateria com uma só carga, ou seis horas tocando músicas continuamente. A case que o acompanha ainda fornece 36 horas adicionais de bateria. Por meio dela, segundo a Meta, o usuário consegue carregar 50% em 20 minutos.
Zuckerberg afirmou que os alto-falantes que os acompanham são os mais potentes já desenvolvidos pela Meta. Ainda, há cinco microfones interligados que reduzem o barulho do vento durante chamadas, mensagens ou ao utilizar o Meta AI.
Os óculos são dotados de proteção IP67 para poeira e são resistentes à água, podendo ser utilizados em atividades intensas. É a maior proteção dada a um óculos inteligente da empresa, segundo a Meta.
É possível integrá-los a smartwatches da Garmin, com o usuário perguntando aos óculos por estatísticas, como batimentos cardíacos e mais. As métricas também são compatíveis com o Strava.
São quatro as lentes disponíveis e eles estarão disponíveis no Brasil e em outros países em 21 de outubro. O preço será de US$ 499 (R$ 2.650, na conversão direta) e o dispositivo já está disponível para compra.
Ray-Ban Meta Display
Uma das grandes atrações da noite foi o Ray-Ban Meta Display, óculos de VR que chega com grande destaque: um pequeno display digital na lente direita que vai ser usado para funções, como notificações.
O novo dispositivo é controlado por uma pulseira inteligente, chamada Meta Neural Band, equipada com eletromiografia de superfície (sEMG, na sigla em inglês). Isso permite que a pulseira interprete os sinais elétricos e movimentos das mãos do usuário. E, detalhe: os gestos podem ser bem sutis.
Funciona assim:
- Sinais elétricos dos músculos do antebraço (criados pelos neurônios localizados na medula espinhal e conectados a fibras musculares) são captados pelo sensor;
- Então, o sEMG entende quais gestos o usuário pretende realizar, tais como toque, deslize, pinça e, até, reconhece a caligrafia de alguém;
- Dessa forma, o usuário pode rolar, clicar e até escrever mensagens apenas com movimentos sutis dos dedos;
- A Meta afirma que a tecnologia foi testada com quase 200 mil participantes ao longo de quatro anos de pesquisa;
- Além de trazer praticidade, o recurso tem potencial de acessibilidade para pessoas com limitações motoras, segundo a companhia.
O modelo foi desenvolvido em parceria com a EssilorLuxottica e marca a primeira vez que um dispositivo reúne microfones, alto-falantes, câmeras e um display colorido de alta resolução em um formato compacto e de uso cotidiano.
Segundo a Meta, o modelo foi pensado para “ajudar você a olhar para cima e permanecer presente”, permitindo acessar mensagens, visualizar fotos, conferir traduções, receber ajuda da Meta AI e até obter direções sem precisar tirar o celular do bolso.
O display fica discretamente posicionado no canto da lente direita e não permanece ativo o tempo todo, sendo projetado para interações rápidas e sob controle do usuário. Entre os recursos disponíveis estão:
- Meta AI com visuais, que mostra respostas e tutoriais passo a passo;
- Mensagens e chamadas de vídeo pelo WhatsApp e Messenger, com a possibilidade de compartilhar em tempo real o que está sendo visto;
- Visualização e zoom de fotos e vídeos com câmera integrada;
- Navegação para pedestres, inicialmente em versão beta em algumas cidades;
- Legendas e tradução ao vivo em tempo real;
- Reprodução de música, com controle de faixas e volume via gestos.
A pulseira, feita com Vectran — material usado nos amortecedores do rover da Nasa em Marte —, é resistente, flexível, leve, à prova d’água (IPX7) e tem até 18 horas de bateria. Já os óculos contam com lentes Transitions, autonomia de até seis horas de uso misto e estojo de carregamento portátil que garante até 30 horas extras.
O Ray-Ban Meta Display estará disponível por US$ 799 (R$ 4.243,89) inicialmente em varejistas selecionados nos EUA, como Best Buy, LensCrafters, Sunglass Hut e lojas Ray-Ban, além de pontos da Verizon em breve.
A expansão para Canadá, França, Itália e Reino Unido está prevista para o início de 2026. O conjunto será oferecido em duas cores (preto e areia) e a pulseira virá em três tamanhos para melhor ajuste.
Segunda geração do Ray-Ban Meta
Os óculos inteligentes Ray-Ban Meta chegam a sua segunda geração, chamado de Ray-Ban Meta (Gen 2). Ele mantém as funcionalidades já conhecidas, mas traz melhorias importantes em desempenho e novos recursos.
A novidade mais destacada é a bateria aprimorada. O vestível pode durar até oito horas com uso típico, praticamente o dobro da autonomia da primeira versão. O carregamento rápido também é diferencial: em apenas 20 minutos, é possível atingir 50% da carga. O estojo de carregamento garante ainda 48 horas adicionais de uso, o que torna o modelo prático para longos eventos e atividades ao ar livre.
Outra atualização importante é a qualidade de vídeo. Os novos óculos permitem gravação em 3K Ultra HD, com HDR ultrawide, até 60 quadros por segundo e mais do que o dobro de pixels em relação à geração anterior. Ainda neste ano, a Meta promete liberar novos modos de filmagem, incluindo hyperlapse e câmera lenta, mas não só no Gen 2: e, sim, em todos os modelos de óculos de IA da marca.
O Ray-Ban Meta (Gen 2) passa a ser vendido também na Suíça e na Holanda, com previsão de chegada ao Brasil em breve. Quanto ao design, o modelo estará disponível nos estilos Wayfarer, Skyler e Headliner, além de três novas cores sazonais por tempo limitado.
Os novos óculos inteligentes já podem ser adquiridos a partir de US$ 379 (R$ 2.013,06).
Três tipos de óculos de IA da Meta
Com a introdução do Meta Ray-Ban Display, a Meta, agora, tem três categorias de óculos de IA:
- Óculos com câmera e IA: Ray-Ban e Oakley são as marcas que atuam em parceria com a big tech nessa categoria, mas a companhia informou que vai continuar “a expandir para mais estilos e marcas no futuro, oferecendo mais recursos habilitados para IA”;
- Óculos com tela AI: o Meta Ray-Ban Display abre uma nova categoria, com tela poderosa e contextual;
- Óculos de realidade aumentada (AR): óculos de realidade aumentada, como o protótipo Orion, apresentam grande visor holográfico e experiências digitais que são capazes de oferecer um plus ao mundo ao seu redor. “Continuamos trabalhando em uma versão para o consumidor do nosso protótipo Orion”, diz a Meta.
“O Meta Ray-Ban Display faz parte da nossa visão de construir a próxima plataforma de computação que coloca as pessoas no centro para que elas possam estar mais presentes, conectadas e empoderadas no mundo”, pontua a gigante de tecnologia.
Conversation focus
Durante o evento Connect, a empresa apresentou o “conversation focus”, recurso que utiliza os alto-falantes de áudio aberto para destacar a voz da pessoa com quem o usuário conversa, reduzindo ruídos de ambientes movimentados, como cafés e parques. A novidade será disponibilizada por meio de atualização de software tanto para o Ray-Ban Meta quanto para o Oakley Meta HSTN.
A tradução em tempo real também foi expandida e agora inclui suporte aos idiomas alemão e português. Com isso, será possível manter conversas entre seis línguas diferentes, mesmo no modo avião, desde que o pacote de idiomas esteja previamente baixado.
Problemas na apresentação
Apesar de todo o hype trazido por Zuckerberg à apresentação, as novidades não funcionaram tão bem quanto esperado. Uma tentativa de chamada de vídeo e de fazer o AI Live ajudar um chef de cozinha a criar um molho com base nos ingredientes disponíveis acabaram caindo por terra. “A culpa é do Wi-Fi”, disse o chef. Zuckerberg demonstrou nítido desconforto com as duas situações.
Matéria em atualização
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