O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, pediu nesta sexta-feira (19) que a ONU investigue o que qualificou como “crimes contra a humanidade” cometidos pelos Estados Unidos no Caribe, ao disparar mísseis contra lanchas que, segundo Washington, transportavam drogas. “O uso de mísseis e armas nucleares para assassinar em série pescadores indefesos em uma pequena lancha são crimes contra a humanidade que devem ser investigados pela ONU”, declarou Saab, citado em um comunicado de imprensa de sua procuradoria.
Washington enviou uma frota de oito navios e um submarino de propulsão nuclear às águas do Caribe para combater o tráfico de drogas e, desde o início de setembro, eliminou três embarcações que supostamente traficavam drogas, com um saldo de 14 mortos, segundo o presidente americano, Donald Trump. Por sua vez, o chanceler Yván Gil disse que a Venezuela fez um chamado ao Conselho de Segurança da ONU para que se exija o fim imediato das ações militares dos Estados Unidos no mar do Caribe. “Os próprios oficiais dos Estados Unidos asseguram que essas ações resultaram em assassinatos extrajudiciais de civis, com a intenção de semear terror em nossos pescadores e em nosso povo”, publicou o ministro em suas redes sociais.
A chanceler da Colômbia, Rosa Villavicencio, também se manifestou e disse que a “desmedida” presença militar dos Estados Unidos em águas do Caribe e assegurou que “nada tem a ver com a luta contra o narcotráfico”, em uma entrevista à AFP em Bogotá. A dura reação por parte de um dos aliados mais antigos de Washington na América Latina ocorre em meio ao imponente envio de forças militares ordenado por Donald Trump perto da Venezuela para enfrentar o tráfico de drogas.
“É claro que a Venezuela está preocupada, como está toda a região, pela possibilidade de uma intervenção. Nós defendemos a soberania da região (…) por isso não corresponde essa presença militar desmedida”, disse a chanceler. A chefe da pasta rejeitou categoricamente as afirmações de Trump sobre os aviões de caça F-35, sete navios e um submarino de propulsão nuclear que, segundo ele, estariam na região para combater o narcotráfico. Os Estados Unidos dizem ter eliminado desde o início de setembro três embarcações que supostamente traficavam drogas a partir da Venezuela, em ataques que deixaram 14 mortos.
*Com informações da AFP
Publicado por Sarah Paula