A Alphabet, controladora do Google, alcançou, pela primeira vez, a marca de US$ 3 trilhões (R$ 15,96 trilhões, na conversão direta) em valor de mercado nesta segunda-feira (15), impulsionada pelo otimismo renovado em torno da inteligência artificial (IA) e por uma decisão favorável em um processo antitruste nos Estados Unidos.
As ações Classe A da companhia subiram 3,8%, chegando a US$ 250 (R$ 1.330,08), enquanto os papéis Classe C avançaram 3,7%, cotados a US$ 250,40 (R$ 1.332,20) – ambos em níveis recordes.
No acumulado do ano, os papéis da Alphabet já se valorizaram mais de 32%, desempenho superior ao do índice S&P 500, que registra alta de 12,5% no mesmo período. Entre as chamadas “Magnificent 7”, ou a sete magníficas, a Alphabet lidera os ganhos em 2025.

Com o resultado, a empresa se junta a Apple e Microsoft no clube das companhias que superaram a marca de US$ 3 trilhões em valor de mercado. Já a Nvidia, fabricante de chips de inteligência artificial e, atualmente, a companhia mais valiosa do mundo, soma US$ 4,25 trilhões (R$ 22,611 trilhões) em valor de mercado.
Para além do Google: o avanço das big techs no mercado
- O avanço das gigantes de tecnologia e de empresas ligadas à IA tem sustentado os índices de Wall Street em níveis recordes, em meio às expectativas de que o Federal Reserve (FED) anuncie cortes nas taxas de juros ainda nesta semana;
- O otimismo também foi reforçado pelo relatório otimista da Oracle na semana passada, que aqueceu ainda mais as negociações no setor;
- Segundo Kim Forrest, diretora de investimentos da Bokeh Capital Partners, as empresas de tecnologia têm liderado o rali recente. “Não houve outro setor nos últimos 18 meses, talvez até dois anos, que tenha gerado tanta empolgação entre os investidores”, afirmou à CNBC;
- O subíndice de serviços de comunicação, que inclui a dona do Google, já avançou mais de 26% neste ano, o melhor desempenho entre os 11 grandes subíndices da bolsa, seguido pelo de tecnologia da informação (TI).
O sentimento dos investidores também foi favorecido por uma decisão judicial recente nos Estados Unidos. No início deste mês, um tribunal autorizou a Alphabet a manter o controle do navegador Chrome e do sistema operacional Android.
O resultado foi considerado crucial, já que ambos são vistos como pilares estratégicos do ecossistema da empresa. Embora a decisão exija o compartilhamento de dados para fortalecer concorrentes na área de publicidade digital, a manutenção da posse sobre Chrome e Android eliminou uma preocupação significativa do mercado.

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Diversificação e crescimento em nuvem
Em julho, a divisão de computação em nuvem da controladora do Google reportou alta de quase 32% na receita do segundo trimestre, superando as expectativas. O desempenho foi atribuído ao investimento em chips próprios e ao avanço do modelo de IA Gemini.
Para Dennis Dick, estrategista-chefe da Stock Trader Network, os investidores começam a enxergar a companhia de forma mais ampla. “Eles ainda dependem muito da busca, mas com o YouTube, Waymo e outros produtos, os investidores estão começando a ver que não se trata apenas de uma empresa de busca, mas de uma companhia que está avançando em várias frentes”, disse.
Atualmente, a Alphabet negocia a cerca de 23 vezes seu lucro projetado, nível ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos, de 22, segundo dados da LSEG. Entre as “Magnificent 7”, é a que possui o menor múltiplo de preço sobre lucro.

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