O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta terça-feira (3) que o país “não se curvará a confrontações” e que sua ascensão é “impossível de ser contida”. A declaração foi feita durante uma cerimônia militar em Pequim que reuniu lideranças de países aliados, incluindo o presidente russo Vladimir Putin e o líder norte-coreano Kim Jong-un. A comemoração marcou os 80 anos da vitória chinesa sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial e contou com um extenso desfile militar. Mais de 10 mil soldados participaram da exibição, que apresentou armamentos modernos, drones e mísseis balísticos, em uma demonstração do poderio militar desenvolvido pelo país na última década.
Além de Putin e Kim, também estiveram presentes líderes do Irã, Turcomenistão, Uzbequistão e Azerbaijão, reforçando a aproximação de Pequim com países de perfil autocrático. O Brasil foi representado pelo assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, o que gerou críticas internas devido ao caráter político do encontro. O discurso de Xi foi interpretado como um recado indireto aos Estados Unidos. Washington reagiu apontando que China, Rússia e Coreia do Norte estariam se alinhando contra os interesses ocidentais, especialmente em meio às tensões ligadas à Guerra da Ucrânia e aos conflitos no Oriente Médio.