É indiscutível que o pastor Silas Malafaia foi útil para o bolsonarismo durante o processo eleitoral de 2018, quando travava-se uma batalha contra o “comunismo” e as hostes malignas do PT, assim como foi em 2022, quando o discurso era: “se a igreja não se unir contra o comunismo, o PT volta”.
Foram inúmeros atos proféticos e até oração antifraude, pedindo a Deus para que, se houvesse alguém tentando roubar a eleição, o sistema travasse.
Mas se Malafaia foi útil num cenário em que o sentimento anti-PT dominou o Brasil em 2018, e em 2022 com Bolsonaro no poder, imagina agora, com Bolsonaro inelegível, prestes a ser condenado e preso, além de ter sido um presidente que pouco tem a apresentar, até mesmo para os evangélicos.
Portanto, Malafaia sabe que Bolsonaro precisa cada vez mais dele para ajudar a manter a parcela dos bolsonaristas evangélicos odiando o STF e o PT, e renovando a crença de que o capitão é vítima de injustiça. Por isso, ele se empenha em gravar vários vídeos semanais e a fazer dezenas de posts no antigo Twitter, mantendo a narrativa de perseguição ao ex-presidente.
Mas qual o preço disso? Malafaia está ganhando ou perdendo ao ser cabo eleitoral de um político condenado? Essa pergunta precisa ser feita aos membros da ADVEC, que viram os cultos de ceia da igreja se transformarem em palanques políticos.
Tem que perguntar à família do membro da igreja do Malafaia que morreu no presídio, após participar do que Malafaia chama de “baderna” do 8 de janeiro. Ele foi influenciado por quem?
Depois que tudo isso passar e o advento do bolsonarismo se tornar apenas uma página na história política do Brasil, qual será a colheita do Malafaia?
“O que o homem plantar, isso também colherá” (Gálatas 6:7).
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