Elon Musk batizou o primeiro produto da Neuralink de Telepathy, mas a empresa enfrenta obstáculos legais para manter o nome. Outros pedidos de registro feitos antes podem dar vantagem a concorrentes e até impedir o uso das marcas.
O Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos (USPTO) rejeitou provisoriamente a solicitação da Neuralink para registrar os nomes “Telepathy” e “Telekinesis”. O motivo é que já existem pedidos pendentes, segundo informações do portal Wired.
Os registros em questão foram feitos por Wesley Berry, cientista da computação e cofundador da startup Prophetic. Ele entrou com pedido para “Telepathy” em maio de 2023 e para “Telekinesis” em agosto de 2024, ambos em seu nome pessoal e não em nome da empresa.

Além disso, o nome “Telepathy” já está associado à Telepathy Labs, empresa de Tampa especializada em soluções de voz interativa e chatbots. Muitos concorrentes requisitando o mesmo nome aumenta as chances do órgão considerar que pode haver confusão entre as marcas.
Neuralink deseja ter o nome Telepathy para seu implante cerebral
A Neuralink tem usado “Telepathy” para batizar seu primeiro implante cerebral. O dispositivo coleta sinais neurais e permite que pessoas paralisadas controlem computadores e celulares apenas com o pensamento. Musk revelou a marca em janeiro de 2024, logo após o primeiro voluntário receber a tecnologia.
De acordo com a empresa, nove pessoas já receberam o implante até julho deste ano. Apesar dos avanços, a incerteza em torno do registro da marca coloca em dúvida a forma como o produto será apresentado ao mercado no futuro.

Especialistas em propriedade intelectual lembram que a lógica é direta: se o consumidor médio puder confundir a origem de dois produtos com o mesmo nome, o registro da marca não é permitido. Isso significa que, mesmo que conquiste avanços tecnológicos, a Neuralink pode ser obrigada a negociar ou até abrir mão dos nomes desejados.
Corrida pelo registro
O impasse começou porque tanto a Neuralink quanto o cientista da computação Joe Berry recorreram ao mecanismo de “intent-to-use”, que permite reservar uma marca antes de colocá-la no mercado. Berry foi mais rápido, realizando o pedido antes de Musk, conquistando o direito de usar o nome “Telepathy” em dezembro de 2024 e o de “Telekinesis” em agosto de 2025.
Leia mais:
- Bezos, Musk, Zuckerberg e mais: quais celulares os bilionários utilizam?
- O que é superinteligência artificial? Veja como ela pode mudar o futuro da humanidade
- Elon Musk deixa de ser a pessoa mais rica do mundo
Nos documentos enviados ao USPTO, Berry descreve as marcas como softwares capazes de analisar sinais cerebrais de EEG para decodificar pensamentos e controlar dispositivos digitais. Até agora, nenhum produto com esses nomes foi lançado. Caso ele não apresente provas de uso dentro do prazo, seus pedidos poderão ser abandonados.
O post Impasse pode impedir Elon Musk de registrar a “telepatia” apareceu primeiro em Olhar Digital.