O Irã executou nesta quarta-feira (17) um homem condenado por espionar para Israel, no sétimo enforcamento de pessoas sentenciadas por supostos vínculos com o Estado judeu após a guerra de 12 dias entre os dois países em junho. “Babak Shahbazi, espião do Mossad que mantinha cooperação informativa, de espionagem e de segurança com o regime israelense e que trocava informações com pessoas ligadas a esse regime, foi executado na forca nesta manhã, após a confirmação de sua sentença pelo Tribunal Supremo”, informou a agência de notícias Mizan, vinculada ao judiciário iraniano.
Segundo a Mizan, Shahbazi, um funcionário terceirizado em sistemas de refrigeração industrial “com acesso a centros de dados estratégicos”, foi condenado à morte por “guerra contra Deus” e “corrupção na terra”, conceitos que englobam uma série de crimes contra o islã e a segurança pública. A Justiça iraniana assegurou que o executado compartilhou informações sobre líderes políticos e militares e teria planejado introduzir explosivos em “instalações sensíveis” em troca de dinheiro e residência no exterior.
Ativistas opositores à República Islâmica denunciaram que Shahbazi não teve um julgamento justo e foi submetido a torturas para obter uma confissão. Além disso, indicaram que a Justiça iraniana usou uma carta que o enforcado enviou ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual se ofereceu para ajudar seu país na guerra contra a Rússia, como prova de sua colaboração com Israel.
Desde a guerra entre Irã e Israel em junho, pelo menos sete pessoas foram executadas por condenações de espionagem para o Estado judeu. As condenações por colaboração com o Mossad também aumentaram. No último caso, quatro pessoas foram condenadas à morte na última sexta-feira (12) por trabalhar para os serviços de inteligência de Israel.
Durante aquela guerra, Israel bombardeou instalações militares, nucleares e civis, deixando mais de 1.000 mortos, entre eles dezenas de comandantes militares e cientistas nucleares iranianos. O Irã respondeu com o lançamento diário de mísseis e drones contra o território israelense, que provocaram 30 mortes.
*Com informações da EFE
Publicado por Nícolas Robert