O presidente da Argentina, Javier Milei, foi duramente derrotado neste domingo (7) nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, reduto do Peronismo. Seu partido ficou 13 pontos atrás da oposição peronista, segundo resultados oficiais parciais. As pesquisas já mostravam que o peronismo tinha chance de vencer, apesar do cenário estar praticamente equilibrado. Neste pleito provincial, considerado um termômetro para as eleições legislativas de meio de mandato de 26 de outubro, o Força Pátria (peronismo, centro-esquerda) lidera com mais de 46% dos votos, contra 33,8% do governista A Liberdade Avança (LLA), com 86% dos votos apurados, segundo o órgão eleitoral provincial.
A província de Buenos Aires, governada pelo peronista de centro-esquerda Axel Kicillof, é responsável por mais de 30% do PIB argentino e reúne 40% do eleitorado nacional. A eleição renova 23 cadeiras no Senado e 46 na Câmara dos Deputados da Legislatura provincial. Além dos cargos em disputa, a eleição é acompanhada de perto por seu simbolismo em meio às turbulências políticas e econômicas que o governo enfrenta e a poucos dias do pleito nacional de meio de mandato marcado para outubro.
O governo chegou ao pleito afetado pelo escândalo de suspeita de corrupção na agência pública para pessoas com deficiência que envolve a irmã e braço-direito do presidente, Karina Milei, e quatro dias após o Congresso reverter pela primeira vez um veto presidencial, confirmando uma lei que destina mais fundos para essas pessoas. Na frente econômica, o governo começou a intervir na semana passada no mercado cambial, vendendo dólares do Tesouro para conter a desvalorização do peso, que vinha se acelerando nas últimas semanas, apesar das altas taxas de juros.
O Conselho Eleitoral da província de Buenos Aires informou que 63% dos eleitores registrados participaram das eleições legislativas provinciais realizadas neste domingo (7). As urnas foram encerradas às 18h e os primeiros resultados oficiais devem ser divulgados a partir das 21h O partido do governo, A Liberdade Avança, atualmente possui apenas 12 dos 92 assentos no Legislativo provincial, razão pela qual poderia aumentar sua representação mesmo que perca a eleição.
Milei buscava garantir uma vitória apoiando-se na queda da inflação (de 87% nos primeiros sete meses de 2024 para 17,3% no mesmo período deste ano) e na polarização com o kirchnerismo, o peronismo liderado pela ex-presidente Cristina Kirchner (2007-15), atualmente em prisão domiciliar por corrupção.
*Com informações da AFP
Publicado por Sarah paula