Imagine você parar de frequentar alguns ambientes e até mesmo não conseguir fazer o seu trabalho por conta de uma super sensibilidade na audição. Essas são as condições de pessoas que sofrem com a hiperacusia, distúrbio auditivo causado pela intolerância aumentada a sons.
Geralmente, são sons que para a maioria das pessoas é considerado normal. Dessa forma, para quem convive com essa condição, sons como o barulho da TV em volume baixo, água corrente de uma torneira, ou até o som do trânsito podem provocar dor, irritação ou ansiedade. Entenda melhor a seguir!
Entenda o que é a hiperacusia e como afeta a vida das pessoas?
Quando uma pessoa tem uma sensibilidade aumentada a sons, que usualmente são considerados toleráveis, ela pode estar com hiperacusia. Vale ressaltar que tais sons não são tão intensos e, geralmente, não incomodam a maioria das pessoas.
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Dessa forma, o indivíduo com essa condição auditiva se irrita mais rápido em ambientes em que há interação social, ou podem até ter dificuldade de se concentrar no trabalho por conta de determinados barulhos, como o som de alguma máquina ligada (computador e ar-condicionado), por exemplo.
Por conta disso, o paciente com hiperacusia pode ter sua qualidade de vida afetada, já que começa a evitar ambientes de lazer e festas, por exemplo.
Contudo, longe de ser um estresse do cotidiano, a hiperacusia pode indicar alguns problemas. Desde alterações no ouvido, como danos estruturais ou redução da capacidade auditiva, além de certas disfunções e condições clínicas relacionadas à otorrinolaringologia.
Sabe o que é mais interessante? É que apesar de parecer indicar uma audição mais aguçada, a hiperacusia está relacionada à baixa tolerância a sons comuns, e não à capacidade de ouvir melhor. Na verdade, ela costuma surgir após algum tipo de lesão ou perda auditiva, fazendo com que o indivíduo reaja com desconforto a ruídos que, para grande parcela da população, seriam perfeitamente suportáveis.
Quais são os sintomas da hiperacusia?
Além da sensibilidade exagerada ao som, que por si só já causa o cansaço auditivo, a hiperacusia pode vir acompanhada de sinais físicos que afetam o bem-estar auditivo, como:
- Dor nos ouvidos ao ouvir sons moderados ou intensos;
- Sensação de pressão ou peso dentro do ouvido;
- Zumbido constante, mesmo sem fonte sonora externa.
Vale lembrar que a hiperacusia é diferente da misofonia. Enquanto a primeira está ligada à intensidade sonora, a segunda envolve reações emocionais fortes a ruídos específicos, como o som de mastigar, respirar ou digitar.
Para entender melhor, geralmente na hiperacusia, o incômodo surge por uma alteração na forma como o sistema auditivo processa a intensidade dos sons, tornando ruídos comuns fisicamente desconfortáveis. Já na misofonia, a reação negativa é seletiva e está ligada ao significado emocional que certos sons provocam, não à sua intensidade.
Por isso, alguém com misofonia pode se irritar profundamente com o som repetitivo de um aparelho elétrico ou com ruídos humanos específicos, como mastigação, mas não se incomodar com música alta ou o barulho constante do trânsito.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da hiperacusia é feito por um especialista em ouvido, nariz e garganta (otorrinolaringologista), que avalia o histórico do paciente e realiza testes como a audiometria para medir o limiar de desconforto sonoro.
Já a misofonia é identificada clinicamente, com base no relato do paciente sobre reações emocionais intensas a sons específicos, como mastigação, digitação e até mesmo o incomodo com o estalar de ossos de pessoas a sua volta. Não há alteração auditiva mensurável, mas há uma resposta emocional desproporcional que pode incluir irritação, ansiedade ou até pânico.
Tratamentos principais
Para hiperacusia:
- Terapia sonora: exposição gradual a sons suaves para dessensibilizar o sistema auditivo.
- TRT (Tinnitus Retraining Therapy): uso de dispositivos que emitem sons leves para reeducar a percepção sonora.
- Aconselhamento especializado: geralmente com fonoaudiólogos. Em casos raros, cirurgia pode ser indicada para reforçar estruturas do ouvido.
Para misofonia:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): ajuda a modificar a resposta emocional aos sons-gatilho.
- Acompanhamento psicológico: essencial para lidar com comorbidades como ansiedade ou depressão.
- Tratamento de causas emocionais: como traumas ou estresse crônico.
As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.
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