A Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou preocupação com a possível restrição de vistos norte-americanos para brasileiros, um cenário que atinge diretamente a comitiva que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na próxima semana. A viagem do presidente está agendada para o próximo sábado, dia 20 de setembro.
O governo brasileiro tem demonstrado “bastante irritação” com a postura dos Estados Unidos. Muitos membros da comitiva presidencial ainda aguardam a aprovação de seus vistos, gerando incerteza sobre quem de fato poderá acompanhar o presidente.
Tradicionalmente, o presidente do Brasil é o responsável por abrir a Assembleia Geral da ONU com seu discurso, seguido pelo presidente dos Estados Unidos. Diante da situação, o Itamaraty, em coletiva de imprensa ontem, minimizou o cenário, afirmando que os vistos estão em processo de aprovação, de acordo com o governo americano.
No entanto, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro advertiu que, caso o governo americano recuse a aprovação desses vistos, a ação será considerada uma “violação legal ao acordo com a ONU”. Nesse caso, o governo brasileiro poderá recorrer diretamente à organização internacional. Para evitar maiores “constrangimentos” e um “clima” tenso entre os dois países, o governo brasileiro decidiu reduzir o número de pessoas na comitiva presidencial que viajará para Nova York.