Uma suposta mensagem profética transmitida por um pastor durante um culto evangélico chamou atenção nas redes sociais após ser analisada por Josué Fontes, professor e tradutor da língua japonesa.
Em vídeo publicado nas plataformas digitais, o especialista questiona a autenticidade da mensagem, alegando que as palavras em japonês utilizadas pelo religioso não formavam frases com significado coerente.
De acordo com Fontes, o pastor mencionava expressões como “katoro”, “katore” e “katoroika”, que aparentavam fazer referência ao substantivo “ka” (蚊) — termo japonês para “pernilongo”.
A tentativa de criar sentido com o verbo “toru” (取る), que pode significar “pegar”, resultou em construções pouco usuais e, segundo o linguista, sem aplicabilidade real no idioma.
“Ele está tentando desesperadamente dizer algo como ‘pegar o pernilongo’. Só que, gramaticalmente, isso não faz muito sentido. Não é natural dizer ‘kaotoru’, e ainda menos nessas formas conjugadas que ele inventou”, comentou Josué, de maneira crítica e bem-humorada.
Outro trecho da pregação também gerou estranhamento: o pastor, aparentemente em êxtase espiritual, começa a contar de um a vinte em japonês. Para Josué Fontes, essa sequência numérica não acrescenta qualquer conteúdo profético e pode ter sido utilizada apenas para causar impacto.
“Ele recita números como se fossem uma revelação, mas claramente são apenas números ditos fora de contexto”, afirmou o intérprete.
O caso repercutiu rapidamente nas redes, dividindo opiniões. Enquanto alguns internautas reagiram com ironia, outros viram a atitude do professor como uma contribuição necessária para combater distorções no ambiente religioso.
“Excelente contribuição. Desmascarar falsos mestres é um serviço à verdade”, escreveu um seguidor.
Já outro comentou com sarcasmo: “O truque agora é decorar palavras em outro idioma e usar como se fosse profecia”.
O episódio remete a casos anteriores de supostas manifestações espirituais que também foram desmontadas por especialistas em idiomas. Internautas chegaram a comparar a situação com a do “pregador-mirim” Miguel Oliveira, conhecido por discursos em línguas supostamente sobrenaturais, mas que também foram colocados em xeque por tradutores.
Até o momento, o pastor envolvido no vídeo não se manifestou publicamente sobre as críticas e a polêmica gerada pela sua performance.
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